Governo de MS regulamenta lei para proteger o bom pagador e combater a concorrência desleal – Agência de Noticias do Governo de Mato Grosso do Sul

O Governo de Mato Grosso do Sul sancionou a Lei nº 6.440/2025, que estabelece critérios objetivos para a identificação de devedores contumazes do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS). A nova norma, de autoria do Poder Executivo, foi aprovada pela Assembleia Legislativa e tem como objetivo dotar o Estado de um instrumento legal capaz de coibir a fraude e a inadimplência reiterada de tributos, reforçar a justiça fiscal e garantir isonomia no ambiente concorrencial.

O secretário de Estado de Fazenda de Mato Grosso do Sul, Flávio César Mendes de Oliveira, destaca que a regulamentação da figura do devedor contumaz representa um marco importante para a justiça fiscal e o fortalecimento do ambiente econômico do Estado.

“A regulamentação da figura do devedor contumaz representa um avanço estratégico na política fiscal de Mato Grosso do Sul. Essa medida não tem caráter punitivo aleatório. Ela está ancorada no princípio da equidade tributária e na proteção do contribuinte que cumpre com responsabilidade suas obrigações fiscais. O bom pagador precisa ter a certeza de que o Estado atua com firmeza para garantir um ambiente econômico saudável, onde prevaleçam a lealdade concorrencial e o respeito à legislação”, diz.

Ele ressalta que a fraude e a inadimplência reiterada e deliberada não pode ser tratada com permissividade por parte do Estado, pois compromete a arrecadação e desorganiza o mercado formal.

“Ao coibir a prática reiterada de fraude e inadimplência deliberada, que muitas vezes é utilizada como modelo de negócio, evitamos distorções no mercado e asseguramos que os tributos devidos contribuam, de fato, para o financiamento das políticas públicas que beneficiam toda a sociedade. Não se trata de penalizar o eventual inadimplente, que tem acesso a mecanismos de negociação e parcelamento, mas sim de responsabilizar quem transforma a sonegação em vantagem competitiva, em prejuízo dos demais agentes econômicos”, complementa.

Flávio César também reforça que a nova legislação está alinhada a uma visão de futuro e ao compromisso do Estado com um ambiente de negócios competitivo, transparente e confiável.

“Estamos falando de justiça fiscal, mas também de sustentabilidade do ambiente de negócios. A previsibilidade nas regras e a firme atuação do Estado em defesa do interesse público são essenciais para atrair investimentos, preservar empregos e garantir competitividade para quem atua dentro da legalidade. É nesse sentido que esta lei se insere: como instrumento moderno, alinhado às melhores práticas federativas e que reafirma o compromisso do Governo de Mato Grosso do Sul com uma economia forte, transparente e socialmente responsável”, conclui.

A nova legislação prevê a aplicação de um conjunto de medidas administrativas e fiscais aos contribuintes enquadrados nessa condição, podendo estas ser adotadas de forma isolada ou cumulativa, conforme a gravidade do caso.

Entre as sanções previstas estão a representação fiscal para fins penais, nos termos da legislação federal que trata de crimes contra a ordem tributária; a proposição de ação cautelar fiscal para garantia de crédito tributário; a exclusão do regime de substituição tributária, transferindo ao destinatário da mercadoria a responsabilidade pelo recolhimento do imposto; e a suspensão de benefícios fiscais, regimes especiais, autorizações específicas e credenciamentos.

Também poderá ser determinado o enquadramento do contribuinte em regime especial de controle e fiscalização, bem como a adoção de medidas de fiscalização especial no trânsito de mercadorias em situação irregular. A adoção das medidas previstas na lei caberá ao Secretário de Estado de Fazenda ou ao Superintendente de Administração Tributária, conforme o tipo de providência adotada, e será formalizada por meio de Ato Declaratório publicado no Diário Oficial do Estado.

A iniciativa segue diretrizes semelhantes às adotadas pela União e por outros entes federativos, refletindo um movimento nacional de modernização das ferramentas de controle tributário e favorecimento ao bom contribuinte, que muitas vezes acaba sendo desfavorecido em todo esse contexto.

Em um momento de transição para um novo modelo de arrecadação previsto na Reforma Tributária, a regulamentação da figura do devedor contumaz contribui para consolidar um ambiente econômico mais previsível e transparente.

A Lei nº 6.440/2025 já está em vigor e poderá ser complementada por normas infralegais, a serem editadas pelo Poder Executivo, com vistas à plena operacionalização de seus dispositivos.

Michel Faustino, Comunicação Sefaz
Foto: Álvaro Rezende/Secom/Arquivo

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *