Roupas xadrez, sorriso no rosto e muito arrasta-pé. Ah, também tiveram interação social, respeito e acolhimento, afinal, era o ‘Arraiá da Inclusão’, festa temática em comemoração aos festejos juninos que fez parte da programação da Tardezinha Inclusiva deste domingo (29). O encontro de diversas famílias atípicas ocorreu, como sempre, no Centro Cultural de Mangabeira Tenente Lucena, em uma iniciativa da Fundação Cultural de João Pessoa (Funjope) e a Associação Paraibana de Autismo (APA).
O evento teve de tudo o que uma criança tem direito: brincadeiras, jogos, apresentação de quadrilha, balé, shows e distribuição de pipoca, algodão doce e refrigerante.
A doméstica Idenilda Alcântara, moradora de Mangabeira VIII, conheceu o projeto pela primeira vez neste domingo. Ela levou a sobrinha Ana Isabel, de sete anos, e disse que a partir de agora não vai perder mais nenhuma programação. “Acho que é um cuidado muito bonito da gestão [municipal], porque oferece diversão gratuita para as famílias que lutam por inclusão social. É um sucesso”, elogiou.
Amanda Alves, moradora de Várzea Nova, na Região Metropolitana da Capital, também esteve presente na Tardezinha. Ela aproveitou a programação com os filhos gêmeos Daniel e Danilo, de 10 anos. “Eu acho muito importante esse tipo de iniciativa, pois garante brincadeiras sadias e os pais podem participar de tudo. Isso muda a rotina das mães que já enfrentam o estresse diário. Somente através desses encontros podemos fazer novas amizades e compartilhar experiências”, afirmou.
Yoshien Rodrigues, mãe de Arthur Aquiles, de 10 anos, é agente de saúde em Santa Rita e revelou que veio a João Pessoa participar do evento pela primeira vez. “Aqui tem muitas atividades para as crianças, permitindo uma troca maior com os outros participantes. É ótimo, porque ele sai do isolamento e vai interagir com os coleguinhas que gostam, basicamente, das mesmas coisas”, destacou.
O projeto Tardezinha Inclusiva acontece sempre no último domingo de cada mês, no Centro Cultural de Mangabeira, a partir das 14h. “Hoje abordamos o São João, porque a Tardezinha é temática. Cada mês a gente usa temas diferentes. Quando a gente começou [com o projeto], há quatro anos, era um sonho meu que foi abraçado pela Prefeitura de João Pessoa, juntamente com a Funjope, e hoje ele se tornou importante para todas as famílias atípicas. Começamos com 60 crianças, hoje temos 600”, comemora Nick Fernandes, uma das organizadoras do Tardezinha Inclusiva.
Conforme explicou, nesses quatro anos de realização, a organização do projeto tem percebido o desenvolvimento e a independência das crianças atípicas, dando suporte ao sonho das mães que é de ver o filho inserido na sociedade. “A gente fala que o projeto é um sucesso pela quantidade de mães que acreditam que a cultura inclusiva é um gás que impulsiona a criança a se desenvolver. O consultório é importante, medicação é importante, mas a cultura inclusiva é importante também”, ressaltou Nick Fernandes.