A Fundação Cultural de João Pessoa (Funjope) promoveu uma tarde de diversão, nesta quinta-feira (1º), para 150 crianças autistas que foram assistir ao espetáculo no Patati Patatá Circo Show, que está finalizando a temporada na cidade neste final de semana. A ação, que também conta com o apoio da Associação Paraibana de Autismo (APA), busca promover a inclusão dessas crianças.
“Promovemos uma tarde de diversão e alegria para as crianças que participam do nosso projeto Somos Capazes – Tardezinha Inclusiva. Um momento de lazer para elas e suas famílias a partir dessa parceria que fizemos com o circo do Patati Patatá. Nós observamos que as crianças autistas têm a condição e todas as possibilidades de interagir em diversos ambientes. Nós fazemos isso há quatro anos na Tardezinha Inclusiva e hoje, neste feriado, resolvemos trazê-las aqui para esse momento do circo”, declarou o diretor executivo da Funjope, Marcus Alves.
Ele ressaltou que este foi mais um momento de interação social que acaba tendo também um valor pedagógico e terapêutico para essas crianças. “Agradeço muito a toda equipe do circo que nos acolheu. Nós trabalhamos sempre nesse sentido de promover o bem social das pessoas”, acrescentou.
O gerente do circo, Marcelo Jardim, relatou que o empreendimento já tem uma experiência nesse tipo de iniciativa. “Nós temos um trabalho social muito grande no Brasil todo. Também temos treinamento feito por uma empresa de São Paulo que inclui abordagem e acompanhamento do autista. Por isso, procuramos, nas cidades que visitamos, dar essa oportunidade para quem, às vezes, não tem condições e para alguma ONG de autistas”.
Ele observou que a ligação dos autistas com a dupla de palhaços é bastante intensa. “Parece que eles falam a mesma língua, têm os mesmos gestos e os mesmos interesses, que são músicas e brincadeiras. Essa proposta de sempre estar atendendo essas crianças é importante para nós, levando o Patati e Patatá para vários lugares”, disse.
Marcelo Jardim também elogiou o trabalho que a Funjope desenvolve com as crianças autistas no projeto Somos Capazes – Tardezinha Inclusiva. “É de muito valor, principalmente porque estamos falando de inclusão. A partir do momento em que tratamos isso como prioridade, é saber que nós somos todos iguais. É um trabalho muito bacana. É importante para a sociedade, de modo geral, fazer essa inclusão, ter essa atenção para isso, porque cada vez temos mais diagnósticos de autismo e as pessoas não sabem como lidar com isso. A Funjope tem contribuído para esclarecer”, acrescentou.
A presidente da APA, Hosana Carneiro, enfatizou que as crianças que foram ao circo são os autistas que frequentam a Tardezinha Inclusiva. “Esta é uma iniciativa que vai além daquele momento no Centro Cultural de Mangabeira. Estamos sempre buscando oportunidades, através desse trabalho que a Funjope desenvolve com a APA e a Turma Tá Blz na perspectiva de criarmos outras oportunidades”, disse.
Para ela, a tarde foi de alegria total. “É um momento muito feliz, porque assim sabemos que os autistas começam a ter seus espaços. Gratidão total à Prefeitura de João Pessoa, ao diretor Marcus Alves, às famílias, porque essas pessoas confiam no nosso trabalho, sabem que escolhemos coisas muito boas e positivas para eles. Deus permita que possamos continuar fazendo mais e melhor pelos nossos autistas”.
Nik Fernandes, que comanda a Turma Tá Blz, afirmou que as crianças viveram uma experiência única, recheada de sorrisos, brilho nos olhos e memórias afetivas que ficarão para sempre gravadas no coração de cada uma. “Hoje, reafirmamos o nosso compromisso com uma cidade mais humana, onde todas as crianças – com ou sem deficiência – tenham o direito de sonhar, brincar e viver momentos de alegria plena, porque inclusão se faz com gestos, com oportunidades e com afeto. E, mais uma vez, mostramos que é possível viver um mundo melhor, onde o amor conduz cada ação”.
Famílias – As famílias que levaram seus filhos para assistir ao espetáculo comemoraram a oportunidade de um momento diferente de lazer. A psicopedagoga Viviane Martins é mãe de Kelly, de 12 anos, e contou como foi a experiência com a filha. “Foi um momento maravilhoso, mudou a vida da minha filha. É inexplicável, uma mistura de emoções, porque ela é uma menina que não saía de casa, não gostava de sair e não tinha contato com outras crianças. Hoje em dia isso está mudando. Agora mesmo ela chorou, expressou emoções, os olhos brilharam”, relatou.
Para Maria Aparecida, que é dona de casa, foi um momento inesquecível. “É um orgulho participar, ver o espetáculo. Gostei muito de vir ao circo. Era o sonho dela conhecer Patati e Patatá e esta foi uma oportunidade de realizar esse sonho. Nós gostamos demais”, enfatizou. Valdíria Ramos dos Santos é auxiliar de serviços gerais e também aproveitou a parceria da Funjope com o Patati Patatá Circo Show para levar os filhos Davi e Nicolas, de nove anos. “Foi muito bom, principalmente porque não temos condições de ter acesso. Quando aparece uma oportunidade, temos que aproveitar”, completou.