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Agência Minas Gerais | No Mês da Mulher, cafeicultora premiada da Zona da Mata atribui sucesso a constante aprendizado 

A cafeicultora Altilina Lacerda e a família estão à frente do Sítio Forquilha do Rio, em Espera Feliz, na Zona da Mata de Minas Gerais. Aos 46 anos de idade, ela lembra que sempre esteve imersa no mundo do café e que, em 2009, a vida deu um salto com a produção de cafés especiais, com auxílio da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural de Minas Gerais (Emater-MG).

A produção de café caminhava sem muitas ambições até que a Emater-MG iniciou o atendimento da fazenda visando trabalhar com cafés especiais. Altilina e o marido, Afonso Lacerda, contam que o ganho de qualidade começou com a adoção da colheita seletiva, que é a separação dos grãos maduros.

“Também nos orientaram a trabalhar com estufa, que é o terreiro coberto com lona, e com o terreiro suspenso, feito com um sombrite elevado por madeiras. Além disso, mexemos os grãos de hora em hora”, recorda Altilina. “Os técnicos deram uma ajuda muito grande, nosso café melhorou demais. Se não fosse por eles, não teríamos vencido tantos concursos”, afirma.

O primeiro prêmio veio em 2012. Desde então, todo ano o Café Forquilha do Rio ganha concursos regionais e estaduais, como o da Semana Internacional do Café e o do Concurso de Qualidade dos Cafés da Emater-MG. O grão do café do Sítio Forquilha do Rio hoje chega a 92 pontos, em uma escala que vai até 100. O mínimo para ser considerado especial é 80.

Cafeteria

Outro sucesso da família é a Cafeteria Onofre, que surgiu na cozinha da fazenda. “Em 2015, resolvi servir um cafezinho em casa, porque as pessoas vinham comprar café e queriam comer alguma coisa. Funcionamos de forma meio improvisada até 2018, mas o local já não comportava tanta gente”, relembra. Então, ela e o marido construíram um outro espaço. No cardápio, delícias como bolos recheados, sanduíches e até macarrons.

Essas conquistas são um sonho realizado para a produtora, que estudou até a 4ª série, mas nunca deixou de aprender, e vê na força de vontade a receita para vencer. “Fiz cursos de q-grader, de torra e de empreendedorismo para conhecer meu café e entender nosso negócio. Sempre tive muita vontade de aprender, isso valeu muito”, conta.

Afonso atribui o sucesso do negócio ao papel da companheira, que ele considera ser uma guerreira e exemplo de dedicação. O casal tem dois filhos, a quem a caeficultora celebra poder transmitir o ofício. “A gente fez isso juntos, primeiro eu e meu marido, e agora os filhos. Imagina a felicidade de ter eles aqui com a gente”.

Ao destacar o apoio que sempre teve do marido, parceiro de todas as horas, Altilina  enfatiza que o principal conselho para as mulheres é confiarem em si mesmas, não terem medo de encarar nada. “Hoje eu olho ao redor e penso  que fui eu quem fez tudo isso. Precisamos acreditar mais na nossa capacidade, isso é o que nos leva para lugares inimagináveis”, conclui.

 

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