Ao completar três meses no Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG), a feira de agricultura familiar e urbana Do Campo pra Cá registra cerca de R$ 121 mil em vendas, com destaque para queijos, cafés e hortaliças.
O evento – gratuito e aberto ao público – já era tradicional na Cidade Administrativa e, em junho, estreou em frente à sede do banco, na Rua Bernardo Guimarães, região Centro-Sul de Belo Horizonte.
As feiras organizadas pela Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa) e pelo BDMG são uma ferramenta para incentivar o empreendedorismo, promover a geração de renda no meio rural e oferecer ao público urbano alimentos frescos e seguros, com destaque para aqueles produzidos pela agricultura familiar.
Heloísa Libéria Desidério é uma das feirantes mais antigas e começou a participar na Cidade Administrativa há dez anos. Suas hortaliças e legumes agroecológicos são produzidos em Sabará, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH) e, para ela, a feira no BDMG tem sido muito vantajosa.
“As pessoas estão gostando e melhorou muito a nossa renda”. Ela conta com assistência da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais (Emater-MG) e foi por meio de um técnico que conseguiu chegar à primeira feira. “Agradeço muito a ele e ao Governo de Minas por terem nos colocado nesses espaços”, destacou.
Na outra ponta, Jaqueline Rocha é estreante nesses eventos. Ela produz bolos caseiros junto a uma equipe de quatro mulheres em Belo Horizonte e se espantou com a recepção do público: já na primeira vez, 80% dos produtos foram vendidos em menos de uma hora.
“Torcemos para sermos convidados mais vezes, porque temos o sonho da nossa marca crescer. O incentivo é muito grande, a organização é ótima. É uma forma de valorizar quem está começando, de promover o trabalho artesanal”, analisa.
Mais renda e alimentos seguros
“Possibilitar o acesso a novos mercados é uma das competências do Governo de Minas. Nesse contexto, as feiras livres são excelentes alternativas para o escoamento dos produtos da agricultura familiar”, explica a diretora de Comercialização e Mercados da Seapa, Jaqueline Santos.
Tendo isso em vista, a parceria com o BDMG tem sido de grande sucesso. “Os feirantes têm elogiado e pedido para ir mais vezes, já os trabalhadores e moradores da região gostam da facilidade do acesso a produtos de qualidade direto dos produtores”, acrescenta.
A feira no BDMG também mostra ao público urbano o que o Governo de Minas faz em termos de promover segurança alimentar. Jaqueline Santos faz questão de reforçar que estar em dia com a regularização sanitária, inclusive, é um dos principais critérios para escolha dos participantes.
Outros são a diversidade de municípios e de produtos. Pelas bancas das feiras já passaram diversas cidades e produtos como azeites, cachaças, doces, mudas, defumados e muito mais.
Incentivo à sucessão
O sucesso das feiras também incentiva que a família permaneça no campo, encorajando as novas gerações. É o que conta Geiziel Cândido dos Santos, produtor de mexerica ponkan e limão, em Mário Campos.
Ele sempre está acompanhado da esposa Larissa ou dos filhos Pedro e Felipe nos eventos e conta que os meninos querem dar continuidade à plantação do pai. “Eles adoram a movimentação, vira uma festa”, comenta.
“Na época da safra a participação nas feiras melhora muito a minha renda. Estou construindo uma loja e o dinheiro hoje é todo para investir nisso, é realmente uma ajuda muito bem-vinda”, diz o produtor.
Geiziel ainda fala sobre a troca com os consumidores. “O pessoal trata a gente muito bem. Eles compram as mexericas, experimentam, gostam, fazem propaganda e voltam para comprar mais. Eu só tenho a agradecer, quero sempre poder participar”, conclui.
Feira da Agricultura Familiar e Urbana Do Campo pra Cá é realizada quinzenalmente, às quartas-feiras, das 10h às 15h. A próxima edição será em 18/9.