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Agência Minas Gerais | Relatório da qualidade das águas na sub-bacia do Ribeirão Pampulha está disponível

O Instituto Mineiro de Gestão das Águas (Igam) publicou o Relatório de Avaliação da Qualidade das Águas na sub-bacia do Ribeirão Pampulha, referente ao ano de 2023. O documento apresenta o acompanhamento e evolução da qualidade da água na sub-bacia do Ribeirão Pampulha frente às ações de despoluição da Lagoa.

As piores condições ocorreram nos córregos Sarandi, inclusive em sua nascente, Cabral, Ressaca, Olhos D’Água, Mergulho, Avenida Tancredo Neves, Córrego AABB, Lagoa da Pampulha bem como no ribeirão Pampulha a jusante da barragem.

Em 2023, os parâmetros que apresentaram o maior número de violações foram fósforo total (84%), demanda bioquímica de oxigênio (79%), Escherichia coli (71%), nitrogênio amoniacal (51%), manganês total (51%) e densidade de cianobactérias (50%).

Os indicativos de enriquecimento orgânico, contaminação fecal e substâncias tóxicas acusam inconformidades em todos os tributários da sub-bacia do Ribeirão Pampulha.

Na Lagoa da Pampulha, os resultados registrados no período de março de 2013 a dezembro de 2023, indicam que durante toda a série histórica avaliada ocorreram violações ao limite legal para a classe 2, de parâmetros associados à presença de matéria orgânica, bactérias originárias do trato intestinal humano e nutrientes (demanda bioquímica de oxigênio, Escherichia coli e fósforo total), bem como a presença de cianobactérias tóxicas.

Atualmente, a rede dirigida de monitoramento da sub-bacia do Ribeirão Pampulha é composta por 17 pontos, sendo três na Lagoa da Pampulha e 14 distribuídos nos tributários com significativa contribuição antrópica nos municípios de Belo Horizonte e Contagem. No estudo, são apresentados mapas, coordenadas geográficas e tabelas com as descrições de amostragem das águas superficiais nos corpos de água monitorados.

A poluição das águas tem como origem fontes pontuais e difusas, associadas ao tipo de uso e ocupação do solo. Assim, foram adotados parâmetros de monitoramento que permitem caracterizar a qualidade da água e o grau de contaminação dos corpos de água pelas diversas fontes.

Na sub-bacia do Ribeirão Pampulha as campanhas de amostragem de águas são trimestrais, com um total anual de quatro campanhas por estação de monitoramento. Nas campanhas completas, realizadas em março e em setembro, caracterizando, respectivamente, os períodos de chuva e estiagem, são analisados aproximadamente 50 parâmetros comuns ao conjunto de pontos de amostragem.

Nas campanhas intermediárias, realizadas nos meses de junho e dezembro, são caracterizados os demais períodos climáticos do ano, com análise de 30 parâmetros. Em alguns pontos de monitoramento são analisados, também, os parâmetros de densidade de cianobactérias e cianotoxinas.

Clique aqui para acessar o Relatório de Avaliação da Qualidade das Águas na sub-bacia do Ribeirão Pampulha referente ao ano de 2023.

Redes de monitoramento

Em casos que exigem uma caracterização mais específica da qualidade das águas são implantadas as chamadas redes dirigidas ou especiais. Essas redes buscam identificar áreas críticas e avaliar a urgência de ações que visem a melhoria da qualidade das águas. Elas variam em relação à rede básica quanto à frequência de coleta, número de pontos e tipos de parâmetros monitorados.

“As redes dirigidas têm objetivos específicos, tais como subsidiar as propostas de enquadramento e acompanhar a evolução da qualidade da água na sub-bacia do Ribeirão Pampulha frente às ações de despoluição na Lagoa”, explica o diretor-geral do Igam, Marcelo da Fonseca.

Histórico

No estado de Minas Gerais, o monitoramento das águas é realizado pelo Igam, por meio do Programa Águas de Minas, em execução desde 1997.

“Os 27 anos de operação da rede de monitoramento vêm demonstrando sua importância no fornecimento de informações básicas necessárias para a definição de estratégias e da própria avaliação da efetividade do Sistema de Controle Ambiental e para o Planejamento e Gestão Integrada dos Recursos Hídricos, subsidiando a atuação dos Comitês e Agências de Bacias” afirma Marcelo da Fonseca.

Os principais objetivos desse programa de monitoramento são conhecer e avaliar as condições da qualidade das águas superficiais; divulgar a situação de qualidade das águas para os usuários e apoiar o estabelecimento de metas de qualidade; fornecer subsídios para o planejamento da gestão dos recursos hídricos; além de verificar a efetividade de ações de controle ambiental e propor prioridades de atuação.

A área de abrangência do programa de monitoramento das águas superficiais inclui as principais bacias dos rios mineiros. O monitoramento da rede básica é realizado em locais estratégicos para acompanhamento da evolução da qualidade das águas, a identificação de tendências e o apoio à elaboração de diagnósticos.

A rede básica de monitoramento conta atualmente com 687 estações de amostragem distribuídas nas bacias hidrográficas dos rios São Francisco, Grande, Doce, Paranaíba, Paraíba do Sul, Mucuri, Jequitinhonha, Pardo, Buranhém, Itapemirim, Itabapoana, Itanhém, Itaúnas, Jucuruçu, Peruípe, São Mateus e Piracicaba/Jaguari.

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