O Gretap (Grupo de Resgate Técnico Animal Cerrado Pantanal), órgão especializado em salvamento da fauna silvestre vinculado à Semadesc (Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação), inicia amanhã (19) as operações de prevenção e resgate de animais vítimas dos incêndios no Pantanal sul-mato-grossense. O secretário executivo de Meio Ambiente da Semadesc, Artur Falcette, disse em entrevista coletiva à imprensa na manhã desta terça-feira (18) que o grupo está estruturado e pronto para agir.
Nesse primeiro momento a intenção é atuar mais em ações preventivas, auxiliando no afugentamento da fauna e retirada daqueles animais de áreas de risco. Falcette afirmou que há notificações de deslocamento dos animais na medida em que o fogo avança e não se tem registro de grandes mamíferos atingidos até o momento. É importante ressaltar que as vítimas dos incêndios ocorridos em 2020 no Pantanal só foram quantificadas por estudos científicos divulgados ano passado.
Os incêndios no Pantanal têm comportamento diferente, nesse ano, em relação ao ocorrido em 2020, o que também é um fator que precisa ser considerado, pontuou Falcette. Tanto na quantidade quanto na concentração dos focos e na resposta que as equipes de combate estão dando. Embora as condições climáticas atuais sejam bastante parecidas com as de quatro anos atrás.
O Gretap surgiu naquela ocasião como resposta para socorrer os animais vítimas dos incêndios. Depois disso, o grupo de fortaleceu, estruturou-se e seus integrantes passaram por treinamentos. Recentemente o Gretap participou da campanha de salvamento de animais vítimas das enchentes no Rio Grande do Sul; por um mês, a equipe atuou em diversas frentes, realizando o resgate e atendimento de aproximadamente 1.200 animais domésticos e silvestres afetados pelas cheias dos rios gaúchos.
Nessa terça-feira a equipe com cerca de 30 integrantes do Gretap se desloca para Corumbá, apoiada por viaturas da PMA (Polícia Militar Ambiental), Corpo de Bombeiros e Imasul (Instituto do Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul). Em Corumbá, recebe o reforço de mais técnicos e seguem de barco para os locais onde se concentram os focos de incêndios. Essa primeira equipe deve permanecer 10 dias em campo e, havendo necessidade, pode ser substituída por outros integrantes para que o trabalho tenha continuidade.
Os animais que necessitarem de cuidados serão atendidos no próprio local ou encaminhados aos centros de reabilitação de Corumbá e Campo Grande.
João Prestes, Imasul/Semadesc