O novo Plano Diretor foi tema no seminário O Rio do Futuro, que aconteceu nesta terça (7/5), na Câmara Muncipal do Rio de Janeiro, no Centro. Os participantes abordaram como o Plano Diretor – aprovado em dezembro passado após dois anos de discussões – irá moldar a cidade pelos próximos dez anos.
A diretriz urbana carioca foi debatida no painel “Cidade Maravilhosa: o Plano para guiar a próxima década do Rio” por Chicão Bulhões, secretário municipal de Desenvolvimento Urbano e Econômico; Carlo Caiado, presidente da Câmara dos Vereadores; Isaque Ouverney, gerente de infraestrutura da Firjan; Leandro Peixoto, presidente do IPHAN; e Robson Carneiro, presidente do SEBRAE Rio e FACERJ.
O secretário acredita que o Plano aprovado pela Câmara é mais moderno e adequa as leis às dinâmicas atuais da sociedade: de trabalho e de uso do solo.
– O Plano Diretor possibilita o crescimento da atividade econômica nas regiões do Centro e Zona Norte, por exemplo. A Prefeitura também se preocupou em propor leis que incentivam o adensamento em regiões já infraestruturadas e que sofreram esvaziamento nos últimos anos, como o Centro do Rio, além de recuperar áreas que cresceram de maneira desordenada. Isso se soma a legislações como Reviver Centro II, Reviver Centro Cultural e Rua da Cerveja. Já o Porto, recebeu agora vários novos empreendimentos residenciais e o Porto Maravalley e o IMPA Tech. Estamos colocando muitos esforços para que isso possa acontecer na cidade, e em recuperar os ativos públicos com parques e ambiência urbana recuperada – detalhou Chicão Bulhões.
No encontro, também foram discutidos quais investimentos seriam prioridade para o planejamento da cidade. Segundo Isaque Ouverney, gerente de infraestrutura da Firjan, o setor de transportes deve acompanhar o crescimento da cidade.
– Se a cidade se expande, os desafios, em termos de mobilidade, só aumentam. O tempo de deslocamento cresce, e isso é custo de vida para a população. Isso se reflete no setor produtivo, pois o indivíduo chega mais cansado: sai mais cedo de casa e chega mais tarde, não tem o devido aproveitamento. Para isso temos projetos como a expansão das linhas de metrô, de trem, além dos projetos de revitalização da Avenida Brasil. Os projetos precisam conversar nesse sentido, para garantir que o trabalhador resida perto do seu local de trabalho, que tenha acesso às funções urbanas, à cultura, à saúde, nas proximidades da sua moradia. Isso é a qualidade de vida, e a cidade também ganha como um todo – afirmou Ouverney.
Quanto à ocupação populacional, Bulhões enfatizou a atenção à Zona Oeste, fora da ocupação do Centro e Zona Norte, ressaltando a importância da formalização nesse processo.
– A Prefeitura hoje tem essa missão de levar a qualidade para o que já existe na Zona Oeste, e a regulação tem um papel muito importante nisso. Quando falamos sobre adensamento, é sobre possibilidade de construção, e que também é sobre formalização. Assim, evitar que a construção seja desordenada, evitar que prejudique meio ambiente e que exista um caos de construções feitas pelo crime organizado. Tratar disso é também tratar de segurança pública, e ter resultado positivo nesse quesito é importante para os cariocas – avaliou Bulhões.
O evento promovido pela rádio CBN e pela editora Globo reúne autoridades, especialistas, empresários e jornalistas, trazendo olhares sobre os desafios da cidade do Rio, iniciativas que estão acontecendo e pensando em soluções.
O seminário contará também com a participação do subsecretário executivo de Desenvolvimento Urbano e Econômico, Thiago Dias, na quarta-feira (8/5), no painel “Rio sustentável: o futuro e a proteção ambiental no novo Plano Diretor”.
