A abertura do Hospital Iguassú, desativado há 15 anos, já é uma realidade. A Prefeitura de Nova Iguaçu inaugura, nesta quarta-feira (3), às 9h, sua mais nova unidade de saúde, que funcionará como uma moderna maternidade com capacidade para cerca de 2,6 mil atendimentos por mês.
Administrado desde sua abertura, em 1935, pela Associação de Caridade Hospital Iguassú, a unidade não fazia parte da rede municipal de saúde e estava fechada desde 2009 por falta de condições administrativas e estruturais de atendimento. Após uma disputa judicial, a Prefeitura assumiu a gestão e deu início à reforma e modernização do prédio.
Para se tornar uma unidade voltada exclusivamente a gestantes, o hospital foi totalmente remodelado, incluindo a troca de instalações elétricas e hidráulicas, tubulações de oxigênio, adequações de leitos e UTIs, reforma do telhado, entre outras intervenções na parte estrutural. Recebeu também camas/leitos e berços mais modernos, com balança de pesagem acoplada, respiradores, aparelhos de ultrassom, climatização, um novo refeitório, elevadores e toda estrutura necessária para atender de forma humanizada e confortável tanto mães e bebês como seus acompanhantes.
A nova unidade vai absorver toda a demanda de gravidez de alto risco da antiga Maternidade Mariana Bulhões, que permanecerá funcionando para casos de baixa complexidade.
“Estamos devolvendo para a população uma unidade que, sem dúvida nenhuma, fez parte da vida de muitos iguaçuanos. Foi um longo processo para conseguir na Justiça a apropriação do imóvel. Mas hoje entregamos essa maternidade completa e moderna, garantindo mais qualidade na assistência para as gestantes e seus bebês”, afirma o prefeito Rogerio Lisboa.
A unidade de saúde passará a se chamar Hospital Iguassú Maternidade Mariana Bulhões e contará com 112 leitos, sendo 68 em 17 quartos coletivos, 20 na Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) neonatal, 10 na Unidade de Cuidados Intermediários Neonatais (UCIN) e cinco na UTI materna, além de leitos em quartos pré e pós-parto. A maternidade conta ainda com dois consultórios para atendimentos de emergência e duas salas de cirurgia com equipamentos de ponta.
“Foi preciso praticamente reconstruir o prédio, mas preservando toda a sua parte histórica, como a fachada original de 1935. É um hospital de suma importância para a nossa cidade, que agora está adequado às normas técnicas e apto para atender não somente a população de Nova Iguaçu, como de toda a Baixada Fluminense”, afirma o médico Luiz Carlos Nobre Cavalcanti, secretário de Saúde de Nova Iguaçu.
Após a cerimônia de inauguração, o Hospital Iguassú passará por higienização e limpeza, estando apto para atender o público em 48h após esse processo. A transferência das gestantes de alto risco e bebês internados na UTI neonatal da Mariana Bulhões será feita de forma gradual. O atendimento será por demanda livre, 24 horas, todos os dias da semana.
Novidade na humanização
O Hospital Iguassú conta com o Espaço Carinho, um setor exclusivo para mães que perderam seus bebês, com acompanhamento de assistente social e psicólogo, entre outros profissionais.
Para as mães que receberem alta, mas o seu bebê ainda precisa permanecer internado na UTI, foram criados dois espaços chamados de “Casa da Gestante, Bebê, Puérpera (CGBP)”, onde aquelas que não tiverem condições de irem para casa, serão acolhidas até a liberação médica da criança.
A unidade de saúde contará ainda com um estúdio fotográfico para registros das gestantes e seus bebês, que, após a alta, podem levar a foto como recordação. Haverá também um spa para cuidados estéticos das gestantes, com serviços de manicure e pedicure, por exemplo.
História
Para preservar a parte histórica do hospital, foi construído o Memorial Iguassú, no subsolo do prédio, com fotos da construção, do lançamento de sua pedra fundamental, em 1931, com a participação do então presidente Getúlio Vargas, e da inauguração. A fachada com a histórica escadaria e também a da lateral foram preservadas, passando por revitalizações.
O Hospital de Iguassú foi construído pela Prefeitura em uma praça pública (Praça João Pessoa) e inaugurado em 31 de março de 1935 pelo então prefeito Sebastião Arruda Negreiros. Desde então, passou a ser administrado pela Associação de Caridade Hospital Iguaçu como um hospital filantrópico para atender a população da cidade. Após seu fechamento, há 15 anos, a atual gestão municipal precisou resolver um imbróglio judicial a respeito da propriedade do imóvel, situado na Rua Getúlio Vargas n.º 222, Centro.
A Associação de Caridade reivindicava a posse do terreno, mas a Prefeitura assegurou o direito sobre o imóvel, uma vez que a posse da gestão não implicou na transferência da propriedade. Somente após a disputa judicial vencida pela Prefeitura foi possível abrir processo de licitação e iniciar a obra.