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Agência Minas Gerais | Governo de Minas apresenta, na França, avanços na indústria do aço e concreto para uma economia sustentável

A experiência de Minas Gerais com a indústria do aço e do concreto para uma economia verde foi apresentada, nesta quinta-feira (7/3), a líderes governamentais locais e regionais, no 1º Fórum Global da Construção e do Clima, em Paris, na França. 

Com foco nas ações de descarbonização na indústria, o Governo de Minas abordou as ações e metas estabelecidas no estado para diferentes setores produtivos no alcance das construções sustentáveis. Um dos destaques é o Minas Recicla Energia, projeto estadual inédito que promove a obtenção de energia para a produção de cimento por meio das sobras da triagem da coleta seletiva. 

Neste primeiro dia do fórum, do qual Minas participa a convite do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma), o vice-governador Professor Mateus, e a secretária de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad), Marília Melo, estiveram na abertura do evento e levaram para as mesas temáticas de discussão alguns dos avanços em andamento, além de planos já executados no estado, com foco no compromisso global de neutralizar as emissões líquidas de gases de efeito estufa até 2050.

Matheus Fonseca

O Estado é o primeiro da América Latina e do Caribe a aderir à campanha internacional Race to Zero. 

O vice-governador mineiro participou como palestrante das discussões internacionais e abordou a importância de as características regionais serem abordadas nessas mesas de discussão, uma vez que uma visão mais ampla de um país não permite o entendimento da especificidade local de determinada região. 

“Somos muito felizes por fazermos parte do Race To Zero e nossas ações têm funcionado bem em nossas cidades, mas é importante, no cenário internacional, que as características locais sejam levadas em conta”, enfatiza” Professor Mateus, para quem é extremamente importante que as administrações locais estejam no foco dessa discussão. Ele lembra, por exemplo, as especificidades de Minas na produção de ferro com energia renovável.

A comitiva mineira também tem a presença do secretário-geral de Estado, Marcel Beghini.

Destaques

Considerado um dos setores com maior impacto ambiental, a indústria da construção está no centro das discussões do Fórum por representar uma preocupação dos governantes com as crescentes edificações urbanas. A alta na procura por edifícios, aliada às crises habitacional e energética, ressalta a necessidade de ação local, já que a indústria da construção é apontada como uma das que mais impactam o meio ambiente. 

“Durante a abertura do Fórum, foi abordado, de maneira ampla, o avanço sobre este tema, especialmente considerando que os principais materiais da construção civil, como o cimento e o aço, são muito importantes para uma política de descarbonização, além do uso da energia nas construções”, relata a secretária Marília Melo. 

Um dos destaques foi o projeto Minas Recicla Energia, que reduz a quantidade de utilização de combustíveis fósseis para processamento do cimento, utilizando em contrapartida resíduos sólidos, e gerando energia. 

O projeto é considerado o símbolo de uma nova era na gestão mineira de Resíduos Sólidos Urbanos (RSU), e pioneiro na temática de Coprocessamento por meio do Combustível Derivado de Resíduos Sólidos Urbanos (CDRU). Nesse processo, a sobra das coletas seletivas, feitas pelas associações de catadores de material reciclável, são transformadas em combustível para a produção de cimento, evitando a disposição em aterro.

“Além disso, temos a energia limpa na produção do aço no estado. O que apresentamos foi um grande diferencial de Minas Gerais, um estado que tem a maior área de floresta plantada, o que contribui para a captura da emissão de gases de efeito estufa”, explica a secretária de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável de Minas.

Conforme consta no Portfólio de Casos de Sucesso do Estado de Minas Gerais, lançado em dezembro de 2023, durante a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP 28), há iniciativas de empresas produtoras de aço voltadas para o uso da sucata, uma importante matéria-prima para a produção de aço, chegando a até 71% de aço produzido a partir desse material.  

Outro destaque enquanto caso de sucesso, na produção de ferro gusa, foi a compensação de emissões a partir do plantio de mudas para a restauração de áreas.

Matheus Fonseca

Fórum     

Os governos da França e do Marrocos, juntamente ao Pnuma, lançaram na COP 28, em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, o Buildings Breakthrough (Avanços no Setor de Construção, em inglês). O objetivo é fomentar a descarbonização do setor de construções, de modo a alcançar a neutralidade de emissões líquidas de gases de efeito estufa no setor, bem como impulsionar a construção e a reforma de edifícios para que se tornem resilientes aos eventos climáticos extremos até 2030.

Para tanto, foi idealizado o 1º Fórum Global da Construção e do Clima, coorganizado por França e Pnuma, com o apoio da Aliança Global para a Construção (GlobalABC). 

O fórum está sendo realizado nos dias 7 e 8/3, em Paris, e teve Minas Gerais como o único estado subnacional brasileiro a estar no evento, e um dos três originários da América Latina, sendo outros dois do México. 

Nesta sexta-feira (8/3), o Governo de Minas participa da mesa Trajetórias para as Novas Edificações, a convite dos ministérios franceses da Transição Ecológica e Coesão Territorial e da Transição Energética. 

Serão abordadas as ações de governo e iniciativas privadas que podem impulsionar a neutralidade de carbono no setor por meio da inovação tecnológica e da eficiência energética.

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