Ex-ministro Marcos Pontes é eleito para o Senado por São Paulo
Pontes foi eleito com 50% dos votos válidos, apuradas 94% das urnas; França conseguiu 36%
Por Folhapress Publicado 02/10/2022 O senador eleito Marcos Pontes – Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
O ex-astronauta e ex-ministro Marcos Pontes, (PL), apoiado pelo presidente Jair Bolsonaro (PL), foi eleito senador por São Paulo neste domingo (2), desbancando o ex-governador Márcio França (PSB), aliado do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) que era apontado como favorito pelas pesquisas.
Pontes foi eleito com 50% dos votos válidos, apuradas 94% das urnas. França conseguiu 36%. Outros concorrentes na briga pela cadeira em disputa neste ano, para um mandato de oito anos, saíram-se pior ainda: Janaina Paschoal (PRTB) teve 2% e Edson Aparecido (MDB), 8%.
Pontes chega ao Senado tendo como experiência prévia na vida pública os três anos e três meses em que foi ministro da Ciência, Tecnologia e Inovações no atual governo. No posto, ele tentou dar verniz científico a ações controversas e endossou pautas bolsonaristas como os esforços do governo para promover medicamentos sem eficácia contra a Covid-19.
O então ministro exonerou, em 2019, o físico Ricardo Galvão do comando do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), no momento em que o titular do Palácio do Planalto discordava de dados do desmatamento elaborados pelo órgão.
Bolsonaro anunciou a escolha de Pontes para integrar o governo em outubro de 2018, pouco depois da sua eleição. Ele chegou a ser cotado para vice na chapa presidencial, mas o plano não avançou.
O presidente foi seu padrinho político na campanha ao Senado, ungindo-o como candidato oficial do Planalto, espaço também pleiteado por Janaina Paschoal, que em 2018 foi eleita deputada estadual com mais de 2 milhões de votos e a partir do ano que vem ficará sem cargo eletivo.
A professora de direito, celebrizada pelo impeachment de Dilma Rousseff (PT), atacou a inexperiência política do rival na tentativa de desidratá-lo, mas o argumento foi insuficiente.
O receio de pulverização de votos no campo da esquerda se dissipou à medida que o ex-ministro foi subindo nas pesquisas e, embalado também pelo crescimento do candidato a governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), acabou se consolidando como o nome bolsonarista para o Senado.
Conhecido como o primeiro e único astronauta brasileiro, Pontes passou dez dias em órbita em 2006. Entrou para a política em 2013 e concorreu a deputado federal por São Paulo pelo PSB em 2014 –obteve 43.707 votos, mas não se elegeu e deixou o partido pouco depois.
Em 2018, foi segundo suplente de Major Olímpio (PSL-SP), que se elegeu senador e morreu de Covid-19 em 2021. O primeiro suplente, Giordano (MDB), assumiu a vaga. A terceira cadeira de São Paulo no Senado é ocupada por Mara Gabrilli (PSDB). O emedebista e a tucana têm mandato até 2027.
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