É o que afirmou o delegado da PF, Mário Sérgio Ribeiro de Oliveira. O coordenador e o cacique Damião Paridzané, líder da comunidade xavante, foram os principais alvos dos agentes federais.
Jussielson é suboficial aposentado da Marinha e recebia R$ 16,4 mil por mês do serviço militar e do cargo na Funai.
Em nota enviada ao Leiagora, a Funai declarou que ‘não coaduna com nenhum tipo de conduta ilícita e está à disposição das autoridades policiais para colaborar com as investigações‘.
“A fundação informa, ainda, que o arrendamento de Terras indígenas é vedado e que o coordenador será afastado da função”, finalizou.
A PF descobriu um esquema de corrupção que envolvia fazendeiros, o cacique e servidores da Funai. Eles realizavam arrendamentos ilegais na Terra Indígena para desenvolvimento de atividade pecuária. O crime ocorria há quatro anos e só foi descoberto no ano passado.
“O coordenador da Funai estava fazendo a ‘máquina funcionar’ para ocorrer os arrendamentos e ainda recebia dinheiro para selecionar quem poderia arrendar. Essa exploração ocorre desde 2017, só que a profissionalização começou com a chegada do coordenador, em 2020”, explicou o delegado.
A PF tem escutas telefônicas que mostram que o grupo se preparava para que o cacique tivesse lucro de até R$ 1,5 milhão por mês.
A investigação identificou 15 áreas arrendadas. No esquema, o grupo cobrava R$ 30 por cabeça de gado, além de cobrar dinheiro pelo tamanho da área explorada. O coordenador recebia 10% de cada área.
Com cerca de 165 mil hectares, a terra indígena Marãiwatsédé está localizada no município de Alto Boa Vista, São Félix do Araguaia e Bom Jesus do Araguaia, na região Noroeste de Mato Grosso.